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Podemos fazer da sala de aula um espaço seguro

Você experimentou, na sua infância ou adolescência, humilhações e punições na escola quando errou? Vamos falar sobre isso?


Por Taís Alice


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Acredito que todos da nossa geração (e das anteriores), que tenham estudado em escolas tradicionais, tenham vivido situações desagradáveis com os professores em sala de aula, que nos marcou. São lembranças que marcam de forma negativa nossa trajetória, não é?! Não temos noção de como esses episódios podem ter afetado nossa autoestima e autoconfiança ao longo da vida.

Então, por que não pensarmos e trabalharmos para romper esse paradigma e termos escolas nas quais as crianças não experimentem humilhação quando falham? O que eu quero dizer é que a gente pode abandonar os castigos, cantinho do pensamento e outras formas de punições diante dos erros e desafios que vivemos com as crianças.

Enquanto professores, coordenadores, diretores e comunidade escolar, devemos pensar em atuar de uma forma que as crianças e jovens se sintam respeitados, considerados, levados a sério e empoderados pela oportunidade de aprender com seus erros em um ambiente seguro, que é a sala de aula. Se estamos aqui falando de educação consciente e a escola é uma extensão dos lares das crianças, gostaríamos de falar hoje sobre três percepções empoderadoras que ajudam as crianças a terem sucesso na escola e na vida.


A primeira é a de que são capazes. Para que isso aconteça, proporcione um clima seguro em sala de aula para que os alunos possam perceber como seu comportamento afeta os outros e estimule a resolução de problemas de forma eficaz para gerar mudança. Dê às crianças oportunidades de experimentarem consequências naturais de suas ações, sem puni-las com castigos ou cantinho do pensamento, mas convidando-a a pensar em como pode agir melhor com os colegas e com você na próxima vez. Faça perguntas: O que aconteceu? Como você pode consertar isso? Como você acredita que pode resolver isso? Como pode agir da próxima vez para que isso não aconteça? Ajude-os a pensar, se for preciso.

A segunda percepção empoderadora e que ajuda a desenvolver a crença de importância é deixar com que as crianças contribuam de maneira significativa, percebendo que são necessárias. Crianças e jovens precisam ter a experiência de serem ouvidos, de saberem que são importantes, que seu ponto de vista conta. Estimule-os desde cedo a expressar suas opiniões, a dar sugestões.

A terceira percepção é a do poder pessoal de fazer escolhas. Mesmo as crianças menores, a partir dos dois anos e meio, 3 anos, podem ser estimuladas a fazer escolhas. Para isso ofereça opções limitadas. Além disso, precisam ser ensinados a assumir a responsabilidade sobre suas ações e erros. Você pode fazer isso mostrando que os erros são oportunidades de aprendizado.


Ao invés de punir com castigos, dê apoio para que encontrem maneiras de reparar o que fizeram. Como? Derramou água. Que tal pegar um pano para secar? Estão em uma disputa por brinquedo? Ouça os dois lados, faça perguntas , incentive-os a buscar maneiras de resolver a questão sem brigas. Bateu no colega? Ensine sobre empatia. Pergunte o que houve. O que a criança acha que o colega está sentindo. Como pode consertar o que faz. Mostre que bater não é uma opção entre vocês. Em um clima não ameaçador, elas vão entender que sentimentos como raiva e irritação são normais, mas que é diferente de suas ações, como bater em alguém, e que isso não é aceitável. E assim, vá construindo uma relação de respeito, afeto e segurança.


Vocês vão se surpreender com a capacidade das crianças que encontrarem soluções, desenvolverem habilidades como responsabilidade, empatia , autocontrole e autoconfiança enquanto são encorajadas por vocês.

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