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Obediência ou cooperação: o que você deseja?

A mentalidade da obediência coloca o adulto num nível de superioridade em relação à criança, como se estivéssemos sempre e que precisamos da obediência para sermos respeitados.


Por Taís Alice


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Obediência implica #submissão. Você dá ordens e a criança apenas obedece. “Vai fazer agora porque eu sou sua mãe e estou mandando”. O que acontece é que, dessa forma, o que você pede, geralmente, não faz sentido para a #criança, que não sente vontade de colaborar. E, se você não cobrar, ela não vai fazer. Ou fará apenas para agradar o outro, sem entender a importância de ajudar. Por natureza, a criança é questionadora. O que acontece é que não estamos acostumados a estimular seus questionamentos ou aceitá-los como algo da natureza infantil. Isso nos remete à nossa educação tradicional, que não vê necessidade das crianças entenderem os porquês das coisas, partindo das próprias crenças que temos sobre elas, como "criança não tem querer", "criança não entende" e muitas outras que as colocam como seres inferiores aos adultos.


Entretanto, faz mais sentido conseguir a #cooperação da crianças partindo das explicações de porquê é interessante para ela cooperar. Na #cooperação, falamos de colaboração. Há diálogo, a criança é considerada, o que NÃO significa que ela fará o que quiser. Ela sente-se envolvida no processo e coopera porque entende que aquilo é importante para sua vida, sua família e para as pessoas ao redor. Trabalha-se a autorresponsabilidade.


"Enquanto a obediência pressupõe uma relação de hierarquia e desigualdade, na qual um se coloco em lugar de superioridade, o o outro, de submissão, a cooperação parte do princípio de somos igualmente dignos". Elisama Santos, no livro "Educacão não violenta"

Se você deseja cooperação, crie um ambiente positivo. As crianças ficam mais dispostas a ouvir você depois de sentirem que foram ouvidas. Conversem, façam combinados. Leve em consideração que pode não funcionar de imediato.


Depois que vocês tiverem estabelecido as responsabilidades cotidianas, acompanhe de longe. Muitas vezes, será preciso recordar os combinados, explicar algumas vezes quais os benefícios de ter os acordos cumpridos. Será preciso diálogo e paciência. Persista, seja consistente.


Jane Nelsen, no livro #DisciplinaPositiva, nos mostra “quatro passos para conseguir cooperação”. Confira:


  1. Expresse compreensão pelo sentimento da criança. Confirme com a criança para saber se está certo. Esforce-se para saber se está entendendo o que ela sente. Por exemplo: se ela não quer fazer algo num determinado momento, tente identificar se é cansaço, irritação, desejo de continuar na brincadeira, etc.

  2. Mostre #empatia sem mostrar concordância. Empatia não significa que você concorda ou dá permissão, apenas mostra que você compreende a percepção da criança. Compartilhe as vezes que você tenha se sentido ou se comportado de maneira semelhante.

  3. Compartilhe seus #sentimentos e percepções. Se os primeiros dois passos foram feitos de uma maneira sincera e amigável, a criança se sentirá pronta a ouvi-la. Isso porque ela se sentirá considerada, importante, #acolhida.

  4. Se você acha que algumas situações se repetem com frequência , convide a criança a pensar em uma #solução. Você pode perguntar: “tem alguma ideia de como que a gente pode resolver esse problema ou como evitar esse problema no futuro?”.  Se ela não souber, ofereça algumas sugestões até que vocês cheguem a um consenso.


Lembre-se de agradecer e reconhecer o esforço que seu filho tiver realizado sempre que for necessário. Fale com sinceridade e expresse sua satisfação pela conduta realizada.

Texto: Taís Alice. Referências: Livro Disciplina Positiva, de Jane Nelsen, blog https://soumamae.com.br/.

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